“A cidade que destaca o hotel ou o hotel que destaca a cidade?”
Habbo Hotel é uma comunidade virtual com capacidade de jogabilidade e interação online criada em 1999 por um designer finlandês chamado Sampo Karjalainen. A proposta do ambiente interativo é a sociabilidade entre usuários através de personagens de base customizadas. O jogo também permite a criação de “quartos” que são espaços elaborados pelos próprios jogadores através de desenhos previamente elaborados e de modelos mobiliários temáticos ou sazonais. Habbo Hotel não é o único jogo social de customização que existe (nem o primeiro a ser pirateado em sites alternativos), detre tantos, ele elabora uma temática especial, essa rede permite interação direta e indireta entre desconhecidos e a virtualização humanizada das relações.
Não exatamente vamos tratar de Habbo Hotel nessa postagem, porém teremos uma pequena discussão sobre o papel dos Hotéis para a sociedade e principalmente como as cidades se comunicam com esse tipo de empreendimento, e, assim como na rede social, como o espaço é construído para o relacionamento imaginando o turismo e as moradias de temporárias.
“Recepção do Hotel”
Inicialmente, temos que entender um pouco da teoria do turismo e hotelaria para colocar tal fenômeno no contexto urbano, nesse caso, podemos falar da atração hoteleira:
- O que se refere ao motivos, sejam eles a procura por luxo, onde se disponibilizam diversas atividades que podem variar desde equitação ou criquet até spas e aulas de yoga, é o caso dos conhecidos “Grandes Hotéis” ou Resorts, que costumam ter mais de 300 camas. O objetivo destes é levar o consumidor a ter experiencias internas, com o uso dos próprios equipamentos presentes, presumindo a diversão e o descanso. Estes, muitas vezes se encontram em posições distantes de grandes centros urbanos, afastados, no sossego;
- Outro motivo é a visitação, que corresponde a maior parte das viagens, no caso, hotéis de primeira classe, médios ou familiares, cuja a estadia é um detalhe a serviço do cliente, que busca a solução mais barata para conhecer novos lugares, sendo menos exigente quanto ao local que irá guardar suas bagagens e dormir. De qualquer forma estão em busca de algumas mordomias e do bom atendimento. Se enquadram, pousadas, apart-hotéis, pequenos hotéis, hostels e por assim vai. Na maioria das vezes esse tipo de viagem possui como objetivo final o passeio e é a alternativa mais barata.
Contudo também cabe aqui falar da atração turística, fator que leva o turista a viajar. Dentre esses motivos se enquadram:
- O turismo de negócios (feiras, simpósios, convenções, seminários…)
- Turismo de lazer ou de férias
- Turismo misto (trabalho e lazer)
- Turismo religioso
Levando turistas a visitar locais como, cidades históricas, florestas, praias, rios, montanhas, fazendas, santuários de fé, eventos esportivos, encontros de corporações ou institucionais, parques de diversões e muito mais.
“Vamos acampar?”
A partir dessa seção vamos começar a discutir o papel dos hotéis com a cidade e quais são os processos envolvidos que transformam o espaço urbano, ou seja, o que coordena o surgimento de instalações hoteleiras. Começando com os Hotéis de pequeno porte, esses que surgem no princípio de atividade turística ou por resultado de atratividade já estabelecida.
Para ser mais claro, a reprodução de pousadas e pequenas instalações aparecem a partir de um estopim no fluxo de turistas, reflexo da circulação crescente motivada pela atratividade local ainda não evidenciada. O que analogamente pode ser o caso das belas paisagens e montanhas que encontramos nos distritos do sul mineiro, pretexto para o aparecimento de muitos vislumbradores, portanto, visitantes.
Desta maneira, muitas acomodações vão surgindo aos poucos, visto a localidade e a porção de exploradores da indústria hoteleira que por ali aparecerão. Devido ao fato de ser de pequeno porte, são chamadas de pousadas, sua demanda firma um forte mercado para muitas cidades, e com isso modifica espaço e as dinâmicas.
“Café-da-manhã incluso”
Os grandes hotéis possuem uma outra abordagem, grande maioria desses surgem em locais turísticos já consolidados, cidades globais ou destinos recebem fluxo intenso de pessoas. Suas atividades são em arranha-céus ou em grandes edificações horizontais, tomando uma boa parte do território, muitas vezes de forma simbólica, como um marco regional ou abusiva para o meio ambiente.
Esse setor hoteleiro é aquecido através de outras práticas, como a descentralização comercial e a globalização de serviços e mercados, tendo como proprietários investidores de outros setores, como multinacionais, equipes esportivas e grandes imobiliárias.
“Hotéis no plano”
Pelo que discutimos, hotéis se conformam no espaço urbano de duas formas diferentes, porém podemos observar casos em que esses dois jeitos se confundem nas conhecidas cidades planejadas.
Isso ocorre em Brasília, cidade que foi projetada imaginando a setorização, dentre esses espaços destinados a apenas uma atividade, tem uma região para somente redes hoteleiras de grande porte. O fato curioso nisso está na demanda surpreendente, uma vez que esses aparelhos surgiram junto com a cidade, dentro do conceito de carecimento econômico, deveriam se especializar aos poucos, no entanto, recebem centenas de hóspedes todos os dias.
“Lar doce lar ou hotel doce hotel?”
Concluindo, podemo inferir que Habbo Hotel e o turismo possuem muitas semelhanças, além de permitir viagens através de paisagens divertidas e ter situações emocionantes e diferentes do habitual, o mundo nos concede soluções criativas, com pequenas aquisições de informação que se ganha a cada dia de novas experimentações.
Os hotéis fazem parte do nosso mundo da tanto quanto os diversos mecanismos inovadores que surgem pem opções novas de estadia, sendo assim, cada vez mais pessoas podem viajar de forma barata e aproveitando ao máximo essas novas experiencias. Podemos então listar diversas formas flexíveis de hospedaria temporária, como o AirBnB, HostelWorld e o Couchsurfing.
Será que esse fenômeno pode representar uma novidade na maneira como interagimos com o espaço? Quero dizer, será que aos poucos estamos mudando o sentido do que chamamos de lar?
Todas essas perguntas só serão respondidas no futuro, até lá podemos nos encontrar em Habbo e compartilhar nossos quartos.
-Francisco Fon.
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Você também pode conferir outras postagens do Fon no Blog PERIDEIAS:
REFERÊNCIAS:
- MARQUES, J Albano. Introdução à Hotelaria. 5. ed. Lisboa-portugal: Livraria Civilização, 2007. 590 p.
- ROSA, Alex Silveira da; MACHADO, Rodrigo Prestes. Um Sistema para Gerenciamento de Hotéis de Pequeno Porte. 2009. Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas Faculdade de Tecnologia SENAC RS (FATEC/RS) Porto Alegre – RS – Brasil. Disponível em: <http://www.inf.poa.ifrs.edu.br/~rodrigo/artigos/AlexSilveiradaRosa.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2016.
Chico, eu adorei como você sempre trouxe seus posts pra um universo de jogos e de entretenimento. Adorei as questões abordadas nesse seu texto e me deu vontade de viajar (e de jogar!).
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