segunda-feira, 25 de abril de 2016

Parque Ribeiro do Matadouro: Integrando o parque à cidade

A criação do Parque Urbano é um projeto do Oh!Land Studio e tem como finalidade requalificar ambientalmente uma área com fortes aptidões paisagísticas, em terrenos que integram a antiga “Quinta do Tapado”, uma unidade agrícola encaixada no vale da ribeira do Matadouro. Ele localiza-se em Santo Tirso, em Portugal.
Com o projeto, que ainda está em andamento, pretende-se criar um espaço verde voltado para a interpretação da Natureza, aberto à população e estimulando formas ativas e passivas de recreio. Vão ser criados percursos interpretativos, uma ciclovia, estruturas interpretativas em fibra de vidro. Nestas estruturas estão incorporados o mobiliário e equipamento urbano.
Parque Ribeiro do Matadouro,Implantação
O projeto é parte da estratégia de desenvolvimento urbano ‘Inventar a Cidade’, e evoluiu do concurso Europan 9 para o que é agora uma parte regenerada da cidade de Santo Tirso. Foi uma oportunidade para converter um "não-lugar" num espaço qualificado no contexto social, urbano e natural da cidade.
Parque Ribeiro do Matadouro,© Victor Esteves
O Parque Ribeiro do Matadouro, ocupa uma área de 1.54ha no centro da cidade e teve como diretrizes de concessão a cultura local, a ecologia e a tradição, aliadas a métodos de construção sustentável
Este espaço foi transformado num organismo vivo que é estruturado por diversas escalas, ritmos e velocidades num contexto de cidade contemporânea, com os objetivos de tornar transparente a identidade do local, e de criar um espaço de interação social em estreita relação com os elementos naturais. Aliada a estes princípios está a experimentação de novas soluções de design, conjuntamente com soluções para a gestão racional dos recursos, contribuindo positivamente para uma baixa manutenção: espécies vegetais adaptadas ao solo e às condições climáticas da região, materiais recicláveis, eficiência energética de equipamentos e sistemas de irrigação de baixo consumo).
Parque Ribeiro do Matadouro,Cortes
O ato de converter este espaço num espaço público, com vertente pedagógica e democrática, consciencializa os utilizadores para as boas práticas ambientais, incentiva à interação com a natureza, e permite a criação de diferentes tipos de recreio para diversas classes sociais e etárias. 
O projeto pode ser compreendido através das suas quatro componentes estruturantes:
A ‘componente viva’, enquanto conjunto dos diversos elementos biofísicos que caracterizam e diferenciam este local: a forte presença da água - ribeiro do matadouro e zona de máxima infiltração; as condições pedológicas, e a estrutura arbórea pré-existente (dominada por salgueiros negros e amieiros). 
Parque Ribeiro do Matadouro,© Victor Esteves
A ‘malha ativa’, que promove a mobilidade e conectividade pelo parque, através de percursos com diversas expressões que facultam o movimento e a percepção do espaço a diferentes velocidades (percurso principal, percursos secundários interpretativos e ciclovia).

Parque Ribeiro do Matadouro,© Victor Esteves
 
As ‘esculturas interpretativas’, que surgem associadas ao movimento do município de criar uma ‘rota das esculturas’ (agenda 21). Estes elementos, inspirados na técnica ‘origami’, para além da sua componente artística/cênica, são também elementos multifuncionais que integram todos os equipamentos que permitem uma maior apropriação do espaço: zonas de sentar/deitar, separação diferenciada dos resíduos e sistemas multimédia.
Parque Ribeiro do Matadouro,© Victor Esteves

Os ‘utilizadores’ consistem nas pessoas enquanto elementos ativos neste ambiente, esculpindo a forma como este  lugar é usado, vivido e percepcionado.

Fontes: 

http://www.archdaily.com.br/br/778055/parque-ribeiro-do-matadouro-oh-land-studio/5652eef0e58ece7a69000161-ribeiro-do-matadouro-park-oh-land-studio-sections
http://www.cm-stirso.pt/pages/128
 Acesso em abril de 2016.

 

1 comentário:

  1. Gostei muito do projeto deste parque. É sempre interessante ver como os arquitetos transformam um espaço marcado pela natureza e pela presença de vegetação em um local mais urbanizado, voltado à população, mas sem deixar a questão sustentável, sem desmatamento. A incorporação dos elementos esculturais e das pessoas com o local se da de forma muito suave, apesar do tamanho ser muito menor, as fotos me fizeram lembrar do Inhotim.

    ResponderEliminar