A criação do Parque Urbano é um projeto do Oh!Land Studio e tem como
finalidade requalificar ambientalmente uma área com fortes aptidões
paisagísticas, em terrenos que integram a antiga “Quinta do Tapado”, uma
unidade agrícola encaixada no vale da ribeira do Matadouro. Ele localiza-se em Santo Tirso, em Portugal.
Com o projeto, que ainda está em andamento, pretende-se criar um espaço verde voltado para a interpretação da
Natureza, aberto à população e estimulando formas ativas e passivas de
recreio. Vão ser criados percursos interpretativos, uma ciclovia,
estruturas interpretativas em fibra de vidro. Nestas estruturas estão incorporados o mobiliário e equipamento
urbano.
O projeto é parte da estratégia de desenvolvimento urbano ‘Inventar a Cidade’, e evoluiu do concurso Europan 9 para o que é agora uma parte regenerada da cidade de Santo Tirso. Foi uma oportunidade para converter um "não-lugar" num espaço qualificado no contexto social, urbano e natural da cidade.

O Parque Ribeiro do Matadouro, ocupa uma área de 1.54ha no centro da cidade e teve como diretrizes de concessão a cultura local, a ecologia e a tradição, aliadas a métodos de construção sustentável
Este espaço foi transformado num organismo vivo que é estruturado por diversas escalas, ritmos e velocidades num contexto de cidade contemporânea, com os objetivos de tornar transparente a identidade do local, e de criar um espaço de interação social em estreita relação com os elementos naturais. Aliada a estes princípios está a experimentação de novas soluções de design, conjuntamente com soluções para a gestão racional dos recursos, contribuindo positivamente para uma baixa manutenção: espécies vegetais adaptadas ao solo e às condições climáticas da região, materiais recicláveis, eficiência energética de equipamentos e sistemas de irrigação de baixo consumo).

O ato de converter este espaço num espaço público, com vertente pedagógica e democrática, consciencializa os utilizadores para as boas práticas ambientais, incentiva à interação com a natureza, e permite a criação de diferentes tipos de recreio para diversas classes sociais e etárias.
O projeto pode ser compreendido através das suas quatro componentes estruturantes:
A ‘componente viva’, enquanto conjunto dos diversos elementos biofísicos que caracterizam e diferenciam este local: a forte presença da água - ribeiro do matadouro e zona de máxima infiltração; as condições pedológicas, e a estrutura arbórea pré-existente (dominada por salgueiros negros e amieiros).

A ‘malha ativa’, que promove a mobilidade e conectividade pelo parque, através de percursos com diversas expressões que facultam o movimento e a percepção do espaço a diferentes velocidades (percurso principal, percursos secundários interpretativos e ciclovia).

As ‘esculturas interpretativas’, que surgem associadas ao movimento do município de criar uma ‘rota das esculturas’ (agenda 21). Estes elementos, inspirados na técnica ‘origami’, para além da sua componente artística/cênica, são também elementos multifuncionais que integram todos os equipamentos que permitem uma maior apropriação do espaço: zonas de sentar/deitar, separação diferenciada dos resíduos e sistemas multimédia.

Os ‘utilizadores’ consistem nas pessoas enquanto elementos ativos neste ambiente, esculpindo a forma como este lugar é usado, vivido e percepcionado.
Fontes:
http://www.archdaily.com.br/br/778055/parque-ribeiro-do-matadouro-oh-land-studio/5652eef0e58ece7a69000161-ribeiro-do-matadouro-park-oh-land-studio-sections
http://www.cm-stirso.pt/pages/128
Acesso em abril de 2016.
Gostei muito do projeto deste parque. É sempre interessante ver como os arquitetos transformam um espaço marcado pela natureza e pela presença de vegetação em um local mais urbanizado, voltado à população, mas sem deixar a questão sustentável, sem desmatamento. A incorporação dos elementos esculturais e das pessoas com o local se da de forma muito suave, apesar do tamanho ser muito menor, as fotos me fizeram lembrar do Inhotim.
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