sábado, 23 de abril de 2016

Drenagem de Rodovias





Colegas da Arquitetura e Urbanismo,
Recebo frequentemente e-mails de divulgação de treinamentos organizados pelo CREA-MG , inclusive, este em especial me chamou a atenção diante dos problemas que encontramos em nossa visita de campo aos distritos de Ouro Preto e Itabirito. Trata-se da Drenagem de Rodovias.
Quem nunca se irritou ao passar em uma estrada cheia de buracos? Quem nunca ouviu uma notícia de estrada interditada por perigo de deslizamento de taludes? Ou até mesmo, quem imaginou uma Rodovia Estadual que sequer seja asfaltada? Adentramos em uma nuvem de poeira, mas imagina aquela rota que percorremos em dias de chuva? E é exatamente aí que está o grande vilão das vias do nosso país: a ÁGUA. Ou melhor, a falta de um sistema de drenagem eficiente.

Imagem 1: fotomontagem satirizando os problemas do sistema de drenagem nas vias .

Apesar do treinamento do Crea-MG parecer bem interessante, resolvi pesquisar por meus próprios meios sobre as questões que envolvem problemas e soluções relacionados ao tema e descobri algumas coisas interessantes:
Bom, o sistema de drenagem de uma rodovia tem como função primordial eliminar a água que, sob qualquer forma, atinge o corpo da estrada, captando-a e conduzindo-a para locais em que menos afete a segurança e durabilidade da via. Diante disso, precisamos conhecer os tipos de alternativas como solução para a drenagem: a superficial e a profunda.
Drenagem superficial:
·         Valetas de Proteção:
Interceptar e conduzir adequadamente as águas que escorrem pelo terreno natural a montante, impedindo-as de atingir o pé do aterro ou talude de corte.
·         Bueiros de greide:
Sua função é captar águas da plataforma (via sarjetas e caixas).
·         Sarjetas:
Pode ser sarjeta de corte ou sarjeta de aterro, conforme método construtivo da rodovia. Sua função é captar e conduzir adequadamente as águas que precipitam sobre a plataforma e conduzi-las adequadamente até o ponto de descarga, que pode ser a caixa coletora de um bueiro greide ou em uma descida d’água. É importante pois evita erosão na borda do acostamento e talude de aterro.
·         Descidas d’água:
É utilizada em cortes e aterros com a função de conduzir a água drenada, por meio das sarjetas, a um deságue seguro.
·         Saídas d’água:
Este dispositivo liga a sarjeta à decida d’água, encontrando-se na borda da rodovia, geralmente nos acostamentos.
·         Caixas coletoras:
Fornece a ligação entre a sarjeta e o bueiro greide, capitando água das seções a montante dos bueiros.
·         Dissipadores de energia:
Construído geralmente em concreto e pedra de mão arrumada em uma caixa escavada no terreno, esse dispositivo tem a função de reduzir a velocidade de escoamento da água. São aplicados em saídas de valetas e sarjetas, descidas d’água de aterro e saída de bueiro tubular.
Drenagem Profunda
A água na natureza, provinda das chuvas que se formam na atmosfera, no que interessa a drenagem das estradas, tem dois destinos diferentes: parte escorre sobre a superfície dos solos e parte se infiltra, podendo formar lençóis subterrâneos. Há ainda um terceiro aspecto, pelo qual a água se apresenta sob a forma de “franja capilar”, resultante da ascensão capilar, a partir dos lençóis d’água, obedecendo as leis da capilaridade. A influência produzida pela “franja capilar” deve ser eliminada, ou reduzida, pelos rebaixamentos dos referidos lençóis freáticos.
De um modo ou de outro, há sempre a necessidade de manter-se o lençol freático a profundidades de 1,50 a 2,00 metros do subleito das rodovias, dependendo do tipo de solo da área considerada. Para se manter lençol freático a este nível torna-se necessário o uso da drenagem profunda.
Este tipo de projeto torna-se complexo, pois exige uma série de conhecimentos específicos como o conhecimento da topografia da área; observações geológicas e pedológicas necessárias, com obtenção de amostras dos solos por meio de sondagens e conhecimento da pluviometria local, por meio de dados hidrológicos.
Conclusão:
Ao pesquisar sobre as alternativas da drenagem e as diversos danos provocados por diferentes origens (inclusive as mais inusitadas, como é o caso da drenagem profunda) pude compreender que realmente um especialista na elaboração de projetos de drenagem de rodovias necessita de um conhecimento vasto e muito treinamento – não somente acadêmico mas de um olhar clínico de campo. Desta forma, não é um exagero considerar a divulgação de treinamento e capacitação do CREA-MG. Fica a dica! ;)

 Regerências:


LARISSA ZACARIAS

Sem comentários:

Enviar um comentário