quinta-feira, 28 de abril de 2016

URBANIZAÇÃO DO CANTINHO DO CÉU.



PROGRAMA MANÂNCIAIS
URBANIZAÇÃO DO CANTINHO DO CÉU
HISTÓRICO DO PROJETO:
O projeto de urbanização teve início em 2008, por meio do Programa Mananciais, e foi concluído no final de 2012, beneficiando quase 11 mil famílias. Além de toda infraestrutura, como pavimentação, instalação de redes de água, esgoto (são coletados cerca de 47 milhões de litros por semana) e drenagem. O projeto prevê um parque linear de 7 km de extensão dos quais 1.500 metros  Já foram concluídos.
"Ao propor a urbanização de um assentamento precário objetiva-se integrá-lo a cidade oficial, dotá-lo da infraestrutura urbana necessária, qualificá-lo como ambiente construído que permita o desenvolvimento do indivíduo em sociedade, porém sem necessariamente reproduzir o padrão formal dos bairros implantados conforme a normativa urbanística." Boldarini Arquitetos
·         Localização: Cantinho do Céu, Grajaú, São Paulo, Brasil
·         Arquitetos: Boldarini Arquitetura e Urbanismo
·         Urbanismo, Arquitetura e Paisagismo: Marcos Boldarini (coordenador), Melissa Matsunaga, Cristiana Salomão, Josiane Viana, Juliana J. Pedroso de Melo, Larissa Reolon dos Santos, Lucas Nobre, Melina Giannoni, Renato Bomfim, Ricardo Falcoski, Sergio Faraulo, Simone Ikeda, (Arquitetos), Maurício Adinolfi (Murais) e consultorias de Suzel Maciel (paisagismo), Wagner Garcia (estruturas de madeira) e George Rotatóri (pista de skate)
Drenagem, Viário e Pavimentação: Geobrax Engenharia e Linear Engenharia
·         Iluminação Pública: Luz Urbana
·         Redes de Água e Esgoto: Argos Engenharia
·         Área: 1500000.0 m2
·         Ano do projeto: 2008
·         População da área: 43.556
·         Famílias beneficiadas: 10.888

PROBLEMAS DA ÁREA:
·         Densamente ocupada;
·         Ambientalmente frágil e de grandes dimensões territoriais com acesso direto à represa Billings;
·         Ocupação irregular e precária numa área de proteção ambiental;
·         Ocupação inadequada às margens da represa;
·         Ausência de saneamento básico.
PREMISSA PARA O PROJETO:
 Revelar a importância do espaço público e coletivo para a população local, transformando-o no instrumento principal para a qualificação do bairro. As ações ocorrem de forma simultânea, orquestradas pelo eixo da criação dos espaços públicos.
PRINCIPAIS DIRETRIZES
·          Preservação da vida dos habitantes, mediante a correção de todas as situações de risco identificadas.
·          Integração urbanística entre as novas intervenções e o tecido existente.
·          Complementação e adequação da infraestrutura urbana, com melhorias sanitárias, ambientais e de mobilidade em todo o assentamento.
·          Universalização do acesso à infraestrutura e aos serviços urbanos e a construção de equipamentos comunitários e áreas de lazer e esportes.
·          Adequação urbanístico-ambiental do assentamento e das novas intervenções ao bairro como um todo.
·         Geração de condições necessárias para a regularização fundiária do parcelamento do solo.
·         Aproximar a população da água.


ESTRATÉGIAS DE PROJETO
- Para os problemas de drenagem:
·         Para adaptar as antigas ruas à urbanização proposta, foi utilizado piso intertravado com inclinação para o centro, de forma que as águas pluviais escoem pelo meio da rua. Desta forma, já que as casas foram construídas em patamares diferentes, a água não escorreria para dentro delas.
·         As vias contam com grelhas metálicas (boca-de-leão). Uma pequena borda faz a delimitação entre a faixa predominantemente para pedestres e, a outra, onde o fluxo dos carros predomina. Mas o uso é compartilhado. Ao fim das vias, praças configuram uma área de transição entre a moradia e o parque, o privado e o público.
·         No parque, patamares gramados recebem a água que escorreu naturalmente pela via de forma a favorecer a infiltração. O excedente vai sendo lançado à represa naturalmente.
·         Ao longo da implantação da obra, os pisos intertravados foram sendo substituídos por pisos permeáveis, para permitir a infiltração de até 90% da água.
-Para a mobilidade:
·         A configuração das ruas foi determinada pela sua relevância dentro do tecido urbano e pelo tipo de tráfego. O projeto utilizou, nas vias onde este é mais intenso, o pavimento em asfalto no padrão tradicional – rua com espaço para pedestre e automóvel. Nas vias com declividade acima de 15% a pavimentação é em concreto armado.
·         As vias de menor tráfego receberam tratamento distinto; o pavimento utilizado foi o intertravado de concreto, com sistema de drenagem localizado no centro da via.
·         As soluções de projeto paras as vias perpendiculares ao parque, que também se enquadram nas de menor tráfego, tiveram como premissa explicitar o uso compartilhado entre o automóvel e o pedestre, e marcar o acesso ao parque.
·         Em outros pontos optou-se pelo uso de decks elevados que não interferem na infiltração e se adaptam facilmente ao terreno irregular, corrigindo declividades e melhorando a acessibilidade peatonal.

- Para o espaço público:
·         A área destina ao parque foi delineada a partir da identificação das construções em situação de risco e daquelas com impossibilidade de conexão aos sistemas de saneamento básico.
·         Considerando as diferentes características do relevo, hidrografia, remanescentes de vegetação, acessos existentes, foi possível a definição de seis trechos de intervenção, classificados em dois grupos, um voltado à conservação e preservação, outro ao lazer e recreação.
·         Hoje, o parque implantado tem 1,5 km de extensão e se concentra no Residencial dos Lagos.
·         As áreas livres atuam então como um sistema de áreas verdes, associando usos de recreação e lazer à preservação da margem, com a manutenção e reconstituição de espécies vegetais nativas. O Parque apresenta-se como uma faixa limítrofe de apropriação coletiva entre a área ocupada e o reservatório.
·         Os locais de lazer foram pensados para todas as faixas etárias. Pista de skate, de caminhada,quadra, cinema, playgrounds e decks.
·         O projeto do parque incorpora também as faces cegas das edificações com as quais ele confronta, propondo o tratamento destas como um painel, em cores e ritmos integrados ao parque, com a finalidade de compor uma paisagem com o ambiente natural e construído.

https://aguasurbanasecologiaspoliticas.wordpress.com/2015/06/02/parque-cantinho-ceu/